Neste post, vamos falar sobre SPDA, a quantidade de mudanças que tiveram na norma requer um estudo detalhado para entender os conceitos e aplicá-los na rotina de projetos, execução e inspeção de forma correta e segura, para isso utilizamos como referência os textos dos capítulos da norma ABNT NBR 5419:2015 Proteção contra descargas atmosféricas, que foi dividida em quatro partes:
- Parte 1: Princípios gerais
- Parte 2: Gerenciamento de risco
- Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida
- Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura
Não há dispositivos ou métodos capazes de modificar os fenômenos climáticos naturais a ponto de se prevenir a ocorrência de descargas atmosféricas. As descargas atmosféricas que atingem estruturas (ou linhas elétricas e tubulações metálicas que adentram nas estruturas) ou que atingem a terra em suas proximidades são perigosas às pessoas, às próprias estruturas, seus conteúdos e instalações, portanto, medidas de proteção contra descargas atmosféricas devem ser consideradas.
O SPDA constitui uma condição obrigatória, é importante ter conhecimento das responsabilidades civil (empresas) e criminal (pessoas), tornando possível identificar as atribuições de proprietários, locador, administrador, síndico e profissionais responsáveis pelo projeto e manutenção de edificações e instalações.
A proteção contra descargas atmosféricas é padronizada pela norma ABNT NBR 5419:2015 e reforçada de forma legal pela norma regulamentadora do Ministério do Trabalho, NR-10. Além destas, existem decretos municipais e normas internacionais que visam fiscalizar a aplicação das devidas proteções.
A necessidade de proteção, os benefícios econômicos da instalação de medidas de proteção e a escolha das medidas adequadas de proteção devem ser determinados em termos do gerenciamento de risco. O método de gerenciamento de risco está contido na ABNT NBR 5419-2.
Todas as medidas de proteção contra descargas atmosféricas formam a proteção completa contra descargas atmosféricas. Por razões práticas, os critérios para projeto, instalação e manutenção das medidas de proteção são considerados em dois grupos separados:
- o primeiro grupo se refere às medidas de proteção para reduzir danos físicos e riscos à vida dentro de uma estrutura e está contido na ABNT NBR 5419-3;
- o segundo grupo se refere às medidas de proteção para reduzir falhas de sistemas elétricos e eletrônicos em uma estrutura e está contido no ABNT NBR 5419-4.
O SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas) e MPS (Medidas de Proteção Contra Surtos) passaram a fazer parte de um conceito mais abrangente denominado PDA (Proteção Contra Descargas Atmosféricas), um sistema completo de proteção. No entanto, essa mudança não faz uma divisão entre proteção externa e interna. O SPDA continua tratando da proteção contra danos físicos à estrutura e risco à vida. As MPS, por sua vez, são voltadas à proteção dos sistemas elétricos e eletrônicos instalados na estrutura a ser protegida.
Quanto maior for a sintonia e a coordenação entre os projetos e execuções das estruturas a serem protegidas e do SPDA, melhores serão as soluções adotadas possibilitando otimizar custo dentro da melhor solução técnica possível. O SPDA deve ser projetado e instalado por profissionais habilitados e capacitados, a eficácia de qualquer SPDA depende da sua instalação, manutenção e métodos de ensaio utilizados.
A documentação do projeto do SPDA deve conter toda a informação necessária para assegurar uma correta e completa instalação. O objetivo das inspeções é assegurar que:
a) o SPDA esteja de acordo com projeto baseado na Norma NBR 5419:2015;
b) todos os componentes do SPDA estão em boas condições e são capazes de cumprir suas funções; que não apresentem corrosão, e atendam às suas respectivas normas;
c) qualquer nova construção ou reforma que altere as condições iniciais previstas em projeto além de novas tubulações metálicas, linhas de energia e sinal que adentrem a estrutura e que estejam incorporados ao SPDA externo e interno se enquadrem na Norma.
As Inspeções devem ser feitas, como a seguir:
a) durante a construção da estrutura;
b) após a instalação do SPDA, no momento da emissão do documento “as built”;
c) após alterações ou reparos, ou quando houver suspeita de que a estrutura foi atingida por uma descarga atmosférica;
d) inspeção visual semestral apontando eventuais pontos deteriorados no sistema;
e) periodicamente, realizada por profissional habilitado e capacitado a exercer esta atividade, com emissão de documentação pertinente, em intervalos determinados, assim relacionados:
- um ano, para estruturas contendo munição ou explosivos, ou em locais expostos à corrosão atmosférica severa (regiões litorâneas, ambientes industriais com atmosfera agressiva etc.),
- ou ainda estruturas pertencentes a fornecedores de serviços considerados essenciais (energia, água, sinais etc.);três anos, para as demais estruturas.
A regularidade das inspeções é condição fundamental para a confiabilidade de um SPDA. As medidas de proteções consideradas na ABNT NBR 5419 são comprovadamente eficazes na redução dos riscos associados às descargas atmosféricas.
O responsável pela estrutura deve ser informado de todas as irregularidades observadas por meio de relatório técnico emitido após cada inspeção periódica. Cabe ao profissional emitente da documentação recomendar, baseado nos danos encontrados, o prazo de manutenção no sistema, que pode variar desde “imediato” a “item de manutenção preventiva”.
Em breve falaremos mais sobre as mudanças da norma por partes.